terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Chegando ao final do semestre

Nesta última postagem do semestre, gostaria de falar sobre o portfolio de aprendizagens. Sua proposta foi bem interessante. Através dele conseguimos produzir uma reflexão completamente interdisciplinar. Com ele conseguimos demonstrar nossas aprendizagens, produzindo um texto que iniciava com a Educação de Jovens e Adultos, passando pelas formas de letramento e alfabetismo (linguagem), ligando com a importância do planejamento como forma de alcançar os objetivos propostos (didática), sem esquecer das pessoas com necessidades educativas especiais, como a comunidade surda(libras). Tudo ficou interligado e relacionado uma coisa à outra.
Igualmente importante foi visitar blogs de outros polos, coisa que no decorrer do semestre não é viável muitas vezes, pela grande demanda de atividades solicitadas. Fazer a análise de um blog, seguindo um roteiro, auxilia a identificar o que realmente foi relevante em nosso aprendizado. Assim, após esta análise, ficou mais fácil fazer a análise também de nosso próprio blog, onde estão evidenciadas estas aprendizagens.
Realmente o blog é mesmo bastante útil, pois serve como um resumo do semestre e ficará esse registro para ser consultado, sempre que houver necessidade.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Perspectivas de mudanças

Motivada pela leitura de trecho retirado de A máscara da benevolência: a comunidade surda ameaçada., de Harlan Lane, creio que a formação de professores surdos é muito importante para o fortalecimento da comunidade surda. Dessa forma, a maneira de ensinar os surdos não seria como se fosse uma aula para ouvintes. Conheço uma escola para surdos, onde quase todos os professores são ouvintes. Mas se a maioria dos professores fizesse parte da comunidade surda, certamente a forma de ensinar seria diferente.
Algumas mudanças já aconteceram na sociedade ouvinte, mudanças que se instalaram por reivindicação da comunidade surda. Por exemplo: assistindo tv, alguns canais oferecem tradução para Libras de grande parte de sua programação. Por isso, agora costumo prestar atenção aos sinais, na tentativa de aprender algo sobre a língua. Também tenho sentido necessidade de conhecer um pouco da língua para poder agradecer ao rapaz ou moça que me atendem no supermercado. Ou de poder me comunicar com eles, simplesmente.
Como a comunidade surda está cada vez mais atuante, é necessário que se eduque a comunidade ouvinte para que tenha condições de interagir com ela. Uma forma seria incluir no currículo escolar o ensino de Libras, como se faz com o ensino da língua inglesa, por exemplo. Assim, os ouvintes estariam preparados, desde pequenos, a conviver com a comunidade surda, sem dificuldades.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O show dos alunos e professora surdos

Como prometi, cá estou para contar como foi a apresentação dos alunos surdos na Mostra Multicultural da minha escola. Foram dois grupos: um pela manhã e outro à tarde. O grupo da manhã era composto de crianças na faixa dos 10 a 12 anos de idade, aproximadamente. Vieram acompanhados de duas professoras, uma também surda, e outra que servia de intérprete. Dançaram apenas um número, de samba. Muito bonito! Vieram bem produzidos para a coreografia. Nossos alunos ficaram surpresos com a capacidade de eles dançarem no ritmo, no tempo certo, mesmo sem a capacidade de ouvir a música. A professora disse que eles gostam muito de dançar. Também ensinaram alguns sinais da sua língua, como bater palmas, por exemplo.
Mas à tarde é que foi show. Veio um grupo bem maior, de alunos e professoras. Este grupo era composto de adolescentes, na faixa dos 14 a 18 anos. Apresentaram vários números, dançaram vários ritmos, representaram, enfim, arrasaram. Sem exageros. A professora surda dançou também, misturada a eles. Vieram bem produzidos. Deram um show mesmo, especialmente no hip hop. Deixaram a todos encantados. Ensinaram vários sinais, interagiram com os nossos alunos.
Quando tudo acabou e voltamos para a sala de aula, meus alunos já sabiam expressar-se em libras! Sério! É impressionante como eles aprenderam tão facilmente a língua de sinais. Alguns gestos é claro, mas levando em conta que foi em tão pouco tempo, fico admirada! E percebo o quanto a aprendizagem é facilitada quando ela é significativa para o aluno. Como neste caso. E eu, que estava achando tão difícil entender e memorizar os sinais, passei a ser aluna de meus alunos no restante da semana, em libras. Fantástico, não é?

domingo, 18 de outubro de 2009

Pequena experiência com a garotada surda

Perto da minha escola, existe uma escola especialmente para alunos surdos. Por incrível que pareça, pouquíssimas pessoas da comunidade conhecem esta escola.
Houve um tempo em que eu ia ao trabalho usando o ônibus. E foi no ônibus que comecei a ter contato com a garotada surda, que se dirigia a esta escola especial no mesmo horário. Percebi, com o tempo, que o motorista e o cobrador do ônibus já conseguiam interagir com os adolescentes, especialmente às segundas-feiras, depois de um domingo com jogos da dupla grenal. Ficavam "gozando" uns dos outros, colorados ou gremistas. E eu achava aquela interação muito bonita.
Certa vez, desenvolvendo o conteúdo dos cinco sentidos com meus alunos, os levei para conhecer esta escola. Eu também não conhecia de perto. Fomos a pé, em 10 minutos, tão pertinho ela fica.
Fomos muito bem recebidos e a visita foi inesquecível. A escola é bonita, bem aparelhada. Conhecemos todas as salas de aula, desde os bem pequenos até os adolescentes. São poucos alunos em cada sala. No máximo dez. Salas bonitas, cheias de material visual, mas sem estarem poluídas visualmente. Os alunos fazem cada série em dois anos, pois o processo de aprendizado é mais lento em função da falta de audição.
Quando dá o sinal sonoro de fim de período ou início de recreio, várias lâmpadas espalhadas por toda a escola ficam piscando. Fizemos o lanche com eles, brincamos juntos no recreio. Foi muito bom.
Agora, nesta semana, teremos em minha escola a mostra cultural. Várias atividades irão acontecer. E uma delas será um espetáculo de dança apresentado, adivinhem por quem? Por alunos surdos desta escola especial! Sim, eles irão dançar!
Meus alunos e eu estamos ansiosos pra ver. Depois eu conto como foi.

domingo, 4 de outubro de 2009

O desafio da alfabetização de adultos

Depois de ler o texto "Alfabetização de Adultos: ainda um desafio", de Regina Hara, fica evidenciada que a leitura do mundo é diferente da leitura da palavra. E é por isso que adultos não-alfabetizados conseguem interagir na sociedade, trabalhando, pegando ônibus, indo ao banco, criando seus filhos, etc. Sabem ler o mundo e por que não a palavra?
É preciso que o educador parta daquilo que os educandos já sabem, sejam eles adultos ou crianças. Mas especialmente em relação aos adultos, é preciso também que os professores realmente admitam sua ignorância em relação aos conceitos que adultos não-alfabetizados já sabem, para então partir daí no seu processo de alfabetização.
Para o sucesso dessa alfabetização, é necessário preparar os professores para isso, proporcionar um bom ambiente de aprendizado (adultos vêm cansados para a escola) e especialmente dar segurança física ao corpo docente e discente, já que escolas que oferecem EJA normalmente estão nas periferias muitas vezes desassistidas.
Pessoalmente, penso que deve ser um imenso prazer tornar um adulto não-alfabetizado capaz de deixar um bilhete para o filho ou conseguir ler um recadinho de carinho enviado por colega de aula!!

Letramento

Penso que para sanar este tipo de dificuldade presente em nossas escolas, várias seriam as sugestões. Uma delas seria que o professor tivesse mais autonomia para sair fora dos padrões seguidos pela escola, e que também contasse com uma boa parceria com a coordenação pedagógica, para que suas práticas pudessem estar embasadas e com referenciais teóricos. E sequer conta-se com cordenação pedagógica na totalidade das e scolas!

domingo, 20 de setembro de 2009

Letramento

Por letramento entende-se o uso social da escrita, diferente da alfabetização, que é uma competência individual.
Saber ler e escrever é essencial para a inserção na sociedade. Mas vemos pessoas analfabetas que no entanto não deixam de fazer parte de um grupo social.
Com o power point "Práticas de leitura, escrita e oralidade no contexto social" podemos ver um conjunto de práticas sociais, praticadas por pessoas que são letradas mas talvez nem alfabetizadas.
Lembro agora que certa vez, numa turma de educação infantil, nível V, vi uma menininha na seguinte situação, belíssima: ela colocou um boneco no carrinho de bonecas, pegou um livrinho de história (ela não sabia ler), sentou-se em frente e começou a contar a história para seu amiguinho. Fazia isso perfeitamente, exatamente como se estivesse lendo. Com calma, entonação, empolgação, até a última página... Uma cena que não esquecerei! Ela estava fazendo o uso social da leitura e escrita, mesmo muito antes de sua alfabetização escolar.
Agora, no 2º ano, esta mesma menininha vem tendo dificuldade para se alfabetizar. Por quê? Não sei ao certo, mas depois da leitura do texto Kleiman, "Modelos de letramento e as práticas de alfabetização da escola", penso que possa ser por a escola estar desenvolvendo uma prática pedagógica abstrata, desconsiderando a prática social que ela( a menina) já dominava.

Comênio

No meu entender, uma prática pedagógica centrada no aluno é aquela que leva em conta as reais necessidades e expectativas dos alunos. É preciso que os professores conheçam a realidade dos alunos. A escola deve estar inserida na comunidade e a ela atender. Para isso, é importante que os professores conheçam de perto o bairro, a comunidade, enfim a realidade da qual a escola faz parte. Pessoalmente, penso ser muito válido fazer visitas na casa dos alunos e andar pelo bairro, para conhecer melhor esta realidade.

sábado, 5 de setembro de 2009

Comênio

Hoje tive o prazer de conhecer um pouco sobre a vida e obra de Comênio, considerado o "pai da Didática", e suas idéias pedagógicas, fazendo a relação com o atual cotidiano escolar.
Comênio viveu no século XVII e sua obra principal denomina-se "Didática Magna".
Encontrei vários elementos da pedagogia de Comênio no meu cotidiano escolar. Já há 300 anos, ele recomendava, entre outras coisas, que as aulas não fossem sobrecarregadas de informações e que deveriam ser alternadas com conversa, brincadeira, música.
Em meu cotidiano escolar essa prática se faz presente, pois as aulas são alternadas com atividades lúdicas, esportivas, artísticas e com hora do conto.
Mas surpreendeu foi o fato de isso ter sido idealizado há tantos séculos atrás. Se hoje faz parte da prática escolar, nem sempre foi assim. É uma prática recente e que foi adotada a fim de viabilizar que os professores tenham cumpridas suas horas atividade, enquanto os alunos estão nessas outras atividades.
É uma coisa boa, mas não foi implantada pensando nas necessidades dos alunos, como propunha Comênio. Ao contrário do que ele imaginava, nossa prática pedagógica ainda está centrada no professor.

sábado, 27 de junho de 2009

A educação após Auschwitz

"Se os homens não fossem profundamente indiferentes ao que acontece com todos os demais, exceto aos quais encontram-se ligados por interesse, então Auschwitz não teria sido possível", na visão do filósofo Adorno. Para ele, a estrutura da sociedade reside na busca do interesse próprio de cada um contra os interesses dos demais.
Todas as pessoas sentem-se mal-amadas, simplesmente porque não sabem amar.
Para evitar a repetição da barbárie, o autor diz que a solução está no esclarecimento do que aconteceu, na educação das crianças em especial, e na adesão ao amor. Ajudar na conscientização da frieza em si e apurar os motivos que a levaram, para elimina-la. Mas sobretudo ele sugere que seja dedicada especial atenção à educação das crianças, especialmente na 1ª infância, tratando-as com amor e dedicação.
Creio que o autor está correto em afirmar que é necessário dedicar especial atenção às crianças, educando-as com amor, pois é sabido que nossos traumas, os medos que muitas vezes não encaramos, instalaram-se em nosso inconsciente em uma das etapas de nossa infância. Concordo que é preciso esclarecer às pessoas em relação ao holocausto e até mesmo mostrar-lhes que essa barbárie é bem passível de acontecer novamente, devido à falta de esclarecimento, principalmente.( Inclusive, existe um filme que se não me engano chama-se A Terceira Onda, que mostra o quão fácil seria de convencer as pessoas a deixarem-se levar por esta barbárie novamente.)Já em relação à adesão ao amor, também fico, como ele, perguntando como isso seria possível, uma vez já instalada a frieza e o individualismo característicos do nosso tempo. Alguém poderia dizer que isso só seria possível após uma grande perda em massa, alguma grande catástrofe mundial, fato que poderia levar o homem a valorizar simplesmente as relações humanas, ou seja, o amor. Outro poderia dizer que é apenas utopia.
Para mim, foi uma agradável surpresa conhecer Adorno e sua dedicação à educação. Igualmente também surpreendeu sua preocupação em dar ênfase na educação das crianças na 1ª infância, pois muitas vezes não é dada a devida importância à educação pré-escolar.
Outro dia, ao observar meus alunos na fila, vi que alguns meninos estavam se chutando. Logo pensei em me colocar entre eles, a fim de parar com aquela agressão. Mas então percebi que eles estavam gostando, rindo até. Ou seja, não era uma agressão, era uma brincadeira. Uma maneira agressiva de brincar, de acordo com a minha ótica mas não com a deles.
Agora, lendo o texto de Jaqueline Picetti, "Significação de violência na escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança", baseado em Piaget, vejo que crianças de 7 a 10 anos estão construindo as noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade. E nós, professores, podemos auxiliar as crianças a refletirem sobre essas situações.
De acordo com Piaget, até os 10 anos os atos são avaliados segundo seus resultados, independente das intenções.
Sendo assim, o que por mim foi observado e julgado como agressivo, para eles, meninos de 9 anos de idade, era apenas uma forma de brincar. E para Piaget (1994) “...o adulto deve ser um colaborador e não um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional (...). Nesse contexto, é bom que nós educadores respeitemos o processo de desenvolvimento moral de nossos alunos, compreendendo que o que nos parece violento pode ser apenas uma característica de determinada fase de construção da autonomia da criança.

eixo VI

Superando a dificuldade de incorporar, como estudante, o hábito de fazer os registros regulares de minhas conquistas e superações em meu processo de aprendizagem, inicio agora este registro do eixo VI do curso.