domingo, 7 de dezembro de 2008

Currículo e avaliação

Nossa educação, nossa formação para a docência, até agora, pouco nos ensinou sobre a avaliação. É um assunto evitado, geralmente.
Conhecemos bem a avaliação somativa, mas ainda estamos na recente prática da avaliação formativa. Para exercê-la, deixamos de simplesmente atribuir uma nota no boletim escolar do aluno e passamos a usar também o parecer descritivo, onde descrevemos os avanços e as dificuldades que o aluno demonstrou.
Inclusive, no 1º ano e em parte do 2º ano do ensino fundamental de 9 anos, a avaliação é apenas descritiva, sem atribuição de notas. E isso implica numa mudança: já não apenas o ensinar. A ênfase começa a ser dada para o aprender.
Para que o aprendizado ocorra, a tarefa de ensinar não cabe apenas ao professor. Cabe também ao currículo da escola, à sua gestão, à organização das salas de aula, aos pais e, é claro, ao próprio jeito de avaliar.
A avaliação formativa precisa levar em conta, ainda, que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagens diferentes. Precisamos de fato considerar o que já prevê a lei: os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos.
Se desejamos mesmo uma sociedade pautada pela cooperação, pela inclusão, onde todos tenham o direito de aprender, precisamos discutir e pôr em prática novas formas de avaliação.
É preciso que o professor conheça bem seu aluno, sua realidade. Por isso, temos a prática, em minha escola, de fazermos um passeio pelo bairro, com toda a turma, com o objetivo de conhecermos a casa de cada um. Isso tem ajudado a compreender a realidade dos nossos alunos e também o quanto a nossa, às vezes, está distante da deles.
Também adotamos na escola, desde o início do ano, a recuperação preventiva. Ou seja: dedicamos aulas de reforço, em pequenos grupos, aos alunos que necessitam de uma dedicação mais individual. Assim, podemos avaliar com mais segurança.

PAs

Foram muito úteis os Projetos de Aprendizagem desenvolvidos durante o semestre, pelas interdisciplinas de Psicologia e Seminário Integrador. Principalmente porque foram desenvolvidos em grupo.
A princípio, houve uma certa resistência ao trabalho em grupo. Mas depois de iniciado o projeto, o trabalho em grupo comprovou ser uma forma mais prazerosa de aprendizagem, pois há a troca , a colaboração, a interação. Até então, como professora procurava evitar o trabalho em grupo com os alunos. A partir deste meu aprendizado com os PAs, arrisquei o trabalho em grupo com meus alunos de 5ª série, nas aulas de Língua Portuguesa. E o resultado foram belíssimos poemas feitos – que alegria – em grupos.
Minha resistência inicial ao trabalho em grupo, como aluna, baseava-se no fato de não conhecer pessoalmente a maioria das colegas do grupo e que isso pudesse dificultar a interação. Mas o grupo funcionou bem à distância, e as colegas revelaram-se agradáveis pessoas.Como docente, a dificuldade para o trabalho em grupo era a “bagunça” na sala de aula.

Diretrizes curriculares

Durante muito tempo fui uma das “muitas professoras que tomam os PCNs pelas DCN considerando-os mandatários quando não o são.” Fiquei surpresa ao tomar conhecimento deste meu equívoco. Apesar de já ter participado de algumas formações continuadas, estava bem desinformada quanto às diretrizes curriculares.Ainda durante a leitura e estudo de material disponibilizado pela interdisciplina, tomei conhecimento que o simples anúncio das diretrizes curriculares nos documentos da escola não é garantia para um atendimento contextualizado com o público atendido pela escola. É necessário que os professores apropriem-se dessas diretrizes e as ponham em prática, para que aconteça a aprendizagem dos alunos.